A fratura por estresse é um tipo de lesão óssea que ocorre de forma gradual, sem um trauma único ou evidente.
Ela se desenvolve quando o osso é submetido repetidamente a pequenas cargas de impacto, sem tempo suficiente para se recuperar. Com o tempo, essas microlesões se acumulam, até que o osso atinge um ponto de falha, resultando em uma fissura.
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Esse tipo de fratura é comum em atletas, especialmente corredores de longa distância, bailarinos, praticantes de esportes de alto impacto e militares em treinamento.
No entanto, também pode ocorrer em pessoas que iniciam uma atividade física intensa sem preparo adequado, ou que realizam movimentos repetitivos diariamente, como caminhadas longas com calçado inadequado.
Causas e fatores de risco
A principal causa da fratura por estresse é a sobrecarga repetitiva. Quando um osso é exposto a forças além de sua capacidade de adaptação, especialmente sem períodos de descanso adequados, ele começa a se desgastar.
A condição é agravada por treinos muito intensos, aumentos bruscos na carga de exercícios ou mudanças em superfícies de prática (como correr no asfalto em vez de em pista ou grama).
Além disso, há fatores individuais que aumentam o risco:
Biomecânica alterada: desalinhamentos dos membros inferiores, pronação excessiva dos pés ou diferenças no comprimento das pernas podem concentrar o estresse em áreas específicas dos ossos.
Nutrição inadequada: dietas pobres em cálcio, vitamina D e proteínas prejudicam a regeneração óssea.
Distúrbios alimentares: especialmente em mulheres atletas, o déficit calórico crônico pode levar à amenorreia e à diminuição da densidade óssea.
Osteopenia ou osteoporose: enfraquecimento ósseo natural ou decorrente de outras condições médicas.
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Sintomas e diagnóstico
A dor é o principal sintoma da fratura por estresse. No início, ela aparece apenas durante a atividade física e desaparece com o repouso. Com o tempo, torna-se mais persistente, podendo surgir mesmo em repouso ou durante atividades simples, como caminhar.
A localização da dor depende do osso afetado. As fraturas por estresse ocorrem com mais frequência nos ossos dos membros inferiores, como:
Tíbia (principal osso da perna): comum em corredores.
Metatarsos (ossos do pé): ocorre muito em esportes com deslocamento constante.
Fêmur (osso da coxa): menos frequente, mas grave.
Fíbula (osso menor da perna): pode ocorrer de forma isolada ou associada à fratura da tíbia.
O diagnóstico é inicialmente clínico, baseado no relato dos sintomas e no histórico do paciente.
O exame físico pode revelar dor localizada à palpação e sensibilidade óssea. Radiografias nem sempre mostram a fratura nas fases iniciais.
Quando há dúvida, exames mais sensíveis, como ressonância magnética ou cintilografia óssea, são utilizados para confirmar o diagnóstico.
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Tratamento e recuperação
O tratamento da fratura por estresse baseia-se no repouso e na retirada da sobrecarga. Isso significa interromper as atividades que causaram a lesão e dar tempo para o osso se recuperar.
O período de recuperação varia de acordo com a localização e a gravidade da fratura, mas geralmente vai de quatro a 12 semanas.
Outras medidas incluem:
Modificação da atividade física: substituição temporária por exercícios de menor impacto, como natação ou bicicleta ergométrica.
Uso de palmilhas ou calçados adequados: para corrigir eventuais alterações biomecânicas e oferecer amortecimento.
Fisioterapia: indicada para manter o condicionamento físico, corrigir padrões de movimento e fortalecer musculaturas de suporte.
Imobilização: em casos moderados ou graves, pode ser necessário o uso de bota ortopédica ou tala para evitar a movimentação da área afetada
Cirurgia: é rara, mas pode ser indicada se houver risco de progressão da fratura, principalmente em ossos com pouca vascularização, como o colo do fêmur ou o quinto metatarso.
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