Os nossos ossos estão em constante renovação. Eles são constituídos por células encarregadas de reabsorver as áreas envelhecidas (chamadas de osteoclastos) e por outras que têm a função de produzir novos ossos (os osteoblastos). No entanto, com o passar do tempo, esse processo fica mais lento e as células que formam osso novo não conseguem repor tudo o que foi retirado, tornando os ossos mais porosos. Certamente, você já ouviu falar desse processo, ou da osteoporose na coluna, certo?
Para ajudar os nossos leitores a compreender melhor esse assunto, entrevistamos a Dra. Pérola Grinberg Plapler, Diretora da Divisão de Medicina Física do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da USP (IOT-HC-FMUSP). Continue a leitura e aprenda tudo sobre o assunto!
Entenda de uma vez por todas o que é a Osteoporose
Como o nome já diz, a osteoporose é uma doença que deixa o osso poroso. Na maioria das vezes, ela é resultado do envelhecimento — quando deixamos de ter os hormônios necessários para estimular a formação óssea. Os ossos ficam mais finos, perdendo a conectividade entre as trabéculas devido à maior remoção de ossos do que formação.
Segundo a Dra. Plapler, a osteoporose também acontece em consequência de algumas doenças e imobilidade — caso a pessoa não faça nenhuma atividade física, ela tem maior risco de desenvolver a doença.
Saiba quais são os principais sintomas da osteoporose
É preciso ressaltar que a osteoporose é considerada uma doença silenciosa. Seu principal sintoma é a dor que ocorre pelas fraturas. Por isso, é importante prestar atenção aos seguintes sintomas, que podem indicar microfraturas principalmente da coluna:
- diminuição da estatura (em média 2 ou 3 centímetros de altura);
- postura encurvada;
- dor nos ossos e nas articulações;
- fragilidade óssea;
- fraturas por compressão vertebral;
- dor na região lombar.
Avalie como é feito o diagnóstico da osteoporose
Muitas vezes, o diagnóstico da osteoporose só é feito quando o paciente fratura algum osso, como o quadril ou coluna.
Os pacientes que fazem controle mais frequente junto ao médico também podem realizar o diagnóstico por meio da densitometria, um exame que mostra exatamente quanto a pessoa perdeu de massa óssea e que, associado ao FRAX, pode dizer qual o risco de fraturas nos próximos anos.
Veja quais são os principais riscos para as costas: a osteoporose na coluna
O grande problema da osteoporose é quando, por causa dos ossos mais frágeis, eles começam a quebrar. As microfraturas são fraturas pequenas e que muitas vezes passam completamente despercebidas. As fraturas mais sintomáticas acontecem por um trauma, como quedas ou por carregar objetos pesados.
Além disso, a coluna é um dos principais locais onde acontecem as fraturas. A osteoporose na coluna leva a microfraturas das vértebras e, por isso, elas ficam mais achatadas (principalmente na região anterior), deixando as pessoas cada vez mais corcundas.
Nas quedas ou nos esforços também pode haver fraturas da coluna, sendo muito dolorosas. Nesse caso, o paciente normalmente faz o uso de vários medicamentos e de coletes ortopédicos para melhorar a dor e também para estabilizar a coluna. Dependendo da fragilidade causada pela osteoporose, um simples espirro ou tosse consegue causar uma fratura da coluna.
A fratura da coluna e a alteração da postura devido às microfraturas acarretam dores musculares importantes, causando desconfortos que podem se cronificar.
Saiba como pode acontecer a evolução da osteoporose
A osteoporose pode causar dores crônicas, perda da independência, deformidade e aumento da mortalidade. Estudos avaliaram que 50% das mulheres e 20% dos homens acima de 50 anos sofrem fraturas osteoporóticas ao longo da vida.
Além disso, aproximadamente 5% dos pacientes internados por fraturas no quadril falecem, 12% morrem nos 3 meses subsequentes à fratura e 20% morrem no ano seguinte ao da fratura. Portanto, é essencial buscar ajuda médica para acompanhar e evitar a evolução da doença.
Veja como é possível prevenir e tratar a doença
De acordo com a Dra. Pérola Grinberg Plapler, há um tripé de prevenção da osteoporose:
- fazer atividades físicas;
- ingerir alimentos ricos em cálcio ou fazer suplementação de cálcio;
- expor-se com cuidado ao sol ou fazer suplementação de vitamina D.
E, quando já tem osteoporose, deve-se iniciar o uso de medicação específica que aumente a produção ou impeça a remoção de osso, aumentando a massa óssea.
Atividades físicas
Os exercícios físicos são importantes porque preservam ou aumentam a densidade mineral óssea, além de ajudar a prevenir quedas causadas pelas alterações no equilíbrio ou diminuição da força muscular.
As atividades físicas que mais ajudam na prevenção da osteoporose são: caminhada, dança, subir escadas, pilates, hidroginástica, natação e musculação. É importante investir em exercícios de alto impacto (por exemplo: correr, saltar ou praticar ginástica aeróbica) e também de flexão e torção (tais como: tênis, boliche, golfe e yoga).
No entanto, é fundamental estar sempre acompanhado de um profissional de Educação Física para ter a certeza de fazê-los corretamente. Ao contrário, isso pode prejudicar a sua saúde.
Alimentação rica em cálcio e vitamina D
Investir em uma alimentação saudável, rica em cálcio e vitamina D ajuda a prevenir a osteoporose. O cálcio é muito importante para a formação dos nossos ossos e ele está presente no leite, iogurtes e queijos e em várias folhas verdes. No entanto, o mais bem absorvido é o derivado de leite. Para os que têm intolerância, já existem disponíveis nos supermercados, várias marcas sem lactose.
A melhor fonte de vitamina D é, sem dúvida, o sol. Pode ser encontrada também, em pequenas quantidades na gema do ovo, sardinhas, salmão, bife de fígado, cogumelo e atum, além de vegetais, como couve, brócolis, espinafre, agrião e couve-flor.
Medicamentos para pessoas que já têm osteoporose
Quando o paciente já tem a osteoporose, o médico pode indicar tratamentos com medicamentos (formadores ou antireabsortivos, reposição hormonal, cálcio e vitamina D e outros). Vale ressaltar que eles não curam a doença, mas ajudam na prevenção e são fundamentais no tratamento, evitando as fraturas.
Agora que você aprendeu sobre as consequências da osteoporose na coluna, saiba que existem outras causas de dores na coluna. Você tem dor nas costas na hora de dormir? Então, confira agora mesmo quais podem ser as possíveis causas e o que você pode fazer para melhorar isso!